quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Nº 20 O ANJO MAU

Há dias uma jovem nos perguntou por que gostamos tanto dePrometeu e repudiamos Lúcifer.
Referimo-nos a Prometeu nos blogs 12 e 18, movidos por uma pergunta tão inteligente, voltamos a refletir sobre ele, agora para comparar com Lúcifer.
O corajoso Titã que no mito roubou o fogo aos deuses no Olimpo e trouxe para nós, merece nossos aplausos porque o fogo nos proporcionou um enorme progresso material e espiritual. E não consideramos ter cometido um pecado de desobediência, uma vez que sabemos que Zeus é um deus falso, pertencente ao politeísmo grego e que indiscutivelmente não é o nosso Deus. Achamos que Prometeu não foi um Tentador como Lúcifer e sim, levando a sério a ficção , foi um benemérito do gênero humano, do qual ele foi o Criador. Ele próprio pagou por sua falta, não fomos castigados pelo benefício que recebemos.
A liberdade de "criar homens ou animais" suscita uma polêmica: até onde vai o poder do homem neste sentido? Não se sabe se estamos preparados para isto. A clonagem da ovelha Dolly até hoje é discutida. Vamos deixar em aberto a discussão. A filosofia é uma eterna discussão. Reflitamos, discutamos.
Continuamos nossa exposição.
Lúcifer pertence à mitologia judaico-cristã que veio depois da grega, embora sua história seja parecida com a de Prometeu, merece um estudo à parte, pois são dignas de nota as diferenças entre ambos que vamos continuar explicando.
Atentemos sobre o mito de Lúcifer, com apoio no Gênesis, livro do Antigo Testamento da Bíblia. Lúcifer, que é o mesmo demônio, diabo, tentador, anjo mau, satanás, maligno, dragão, serpente etc., tenta Eva para comer a "maçã", isto é o fruto proibido da árvore do conhecimento do Bem e do Mal. Ela come e tenta Adão para fazer o mesmo.São os três duramente castigados: Eva, Adão e o Tentador. E o castigo se estende a toda a humanidade, com uma chance de recuperação que obtivemos através de um Salvador, Jesus, o Cristo.
Fazemos a seguinte leitura desta passagem da Bíblia: O casal-símbolo recebeu os poderes relativos ao saber secreto, proporcionado pelo fruto da árvore do Bem e do Mal, o que equivale aproximadamente a ter recebido o fogo do Olimpo no mito grego. Mas deve pagar pelo seu pecado de desobediência : expulso do Jardim do Éden , onde vivia em estado de imaculada pureza, foi condenado a adquirir o conhecimento, através do sofrimento. Só purificado pela Luz do conhecimento do Bem, pôde voltar, mais tarde, ao paraíso, o núcleo de energia universal, a fonte inesgotável da qual tudo brota e à qual tudo regressa. Geralmente, frequenta-se uma Igreja e/ou pratica-se o Bem com medo do 'inferno". Não acreditamos no "inferno". Lembramos neste instante de Lucrécio, um estudioso de Epicuro, quando em seu poema, "De natura rerum", escreveu: "A raiz do medo é tão geral que podemos afirmar que estamos todos doentes de nossos medos: Qual é o homem que não está apertado pelo medo? Ó raça infeliz dos homens que preferem a cólera cruel dos deuses." Concordamos com o epicurista. Acreditamos, porém, no caminho alquímico, iniciático, onde a personalidade-alma evolui e alcança o aperfeiçoamento. A maioria antropomorfiza o Deus da Bíblia, o adora e age diante do mito bíblico com um forte sentimento de religiosidade que trará remorsos e medo de ir para o "inferno", se ouvir a voz da "serpente " e desobedecer às ordens divinas.Também nós, autores deste blog, detestamos Lúcifer e queremos o espírito mau bem longe de nós. Não acreditamos no "inferno" mas acreditamos no Mal, isto é, sabemos que ele existe.Em nossos blogs 10 e 11 dissertamos sobre o Bem e o Mal. Agora, por estarmos discorrendo sobre Lúcifer , vamos esclarecer um pouco mais sobre o Mal. Lúcifer é a personificação do Mal.
No capítulo 1 do Gênesis está dito que Deus fez tudo bem. Portanto, o Mal não se originou do Criador. Se o Mal entrou no mundo foi de acordo com a Bíblia, pela culpa de nossos primeiros pais. O Tentador se apresenta sob a forma do mais astuto animal. Tomamos a serpente como o símbolo do demônio. Mas pode também ter sido um animal possesso e/ou ter apenas a aparência de serpente, para deste modo, o Tentador mais facilmente induzir o homem ao pecado através da primeira mulher.
Procurem assistir ao DVD, Meggido, para que fique mais fácil ter uma ideia de nossa posição a respeito deste assunto.
O filme é uma luta do Mal contra o Bem e vice-versa.
O Mal começa a manifestar-se com o ciúme: trata-se do ciúme que Stone (pedra) tinha de seu irmãozinho recém-nascido, David. O sentimento de perda de Stone se agrava porque sua mãe tinha morrido de parto. Um problema psicológico que não se resolve e que vai piorando sempre porque Stone não é tratado devidamente, pelo contrário, é incentivado sempre a tornar-se um agente de Satã, pois chegamos à conclusão que este já existe, criado pelas mentes dos homens de tanto que pensam nele, pelas vibrações negativas de nossos pecados: raiva, ambição, vaidade, libertinagem, inveja e muitos outros. O pensamento humano é muito forte, ele também cria, mas suas criações, se são más, têm pouca consistência e serão sempre destruídas pelas criações do Criador, Deus, que não é Zeus, nem um ser prepotente que está sentado num trono lá no céu. Deus é uma força determinante de tudo, uma energia incalculavelmente grande, entretanto nos dá o livre arbítrio. Seu destino é o que você escolhe.
Stone foi encaminhado pelo pai para uma educação militarizada, apoiada na força física e chegou a consequencias terríveis inimagináveis, sempre sádicas e dominadoras.
Meggido não é um simples filme banal, maniqueísta, sensacional, é uma ficção que, embora muito comprometida com o mito bíblico, nos traz uma grande contribuição. Qual texto que é livre de um engajamento qualquer? O receptor é que deve fruí-lo com os olhos o mais livres que for possível.
Já tivemos Hitler e outros políticos e líderes famosos, tão de pedra e desumanos como Stone. Os acontecimentos se deram pela escolha do próprio Stone, de seu pai e de muitos que o apoiaram, até que David, portador do nome da família de Jesus, liderando outros representantes do Bem, vence Stone, o agente de Satã.
O final feliz de Meggido invoca o Mestre Jesus, o querido essênio que onde chega,vence o demônio e exorciza as criaturas possessas. Não é só Jesus que tem este poder, há outros Mestres, com variadas denominações que também o têm. Exorcizar o demônio, na verdade, é tirar o envenenamenteo mental das pessoas que acolheram o pensamento negativo no âmago de seu ser. Mas os Mestres não o fazem sozinhos. É necessário que o indivíduo "presa do demônio" tenha algum grau de consciência de seus processos psíquicos e da capacidade de controle ou domínio dos mesmos.
Evidencia-se a necessidade da educação dada pela família, escolas, igrejas, sociedades iniciáticas etc., hoje quase impossível pela má influência da mídia impressa ou da televisão ou da Internet. O Mal semeado pelos meios de comunicação de massa são as novas correntes que prendem Jesus, no Cáucaso, como se fosse o centauro Quíron, que substituiu Prometeu. E o maligno, isto é, toda a degradação e violência do mundo destroem o fígado ou seja a vida do Salvador e, consequentemente impede a regeneração dos homens. Estamos indo adiante da comparação que fizemos entre os dois mitos, Prometeu e Lúcifer.
Como nosso discurso apoiou-se, por razões óbvias, sobretudo na Bíblia, queremos citar resumidamente as principais passagens que estudamos, orientados pela pedagoga e pastora Eliza Pandino e por seu esposo, o pastor e psicólogo Walter Luís Terra Peixoto.
Disse então o Senhor Deus à serpente: Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar . Gênesis,3,15. Esta mulher é Maria, a mãe de Jesus, para os católicos: Nossa Senhora que recebe diversas designações.
Trava-se claramente o combate entre o Bem e o Mal, com a vitória do Bem, no Apocalipse, capítulo 12, do qual transcrevemos os primeiros versículos. 1 Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo de seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. 2 Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz. 3 Depois apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão vermelho, com sete cabeças e dez chifres, e nas cabeças sete coroas. 4 Varria com sua cauda uma terça parte das estrelas do céu, e as atirou à terra. Esse dragão deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho.
5 Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono. 6 A Mulher fugiu então para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um retiro para aí ser sustentada por mil duzentos e sessenta dias.
7 Houve uma batalha no céu, Miguel e seus anjos tiveram de combater o Dragão. O Dragão e seus anjos travaram combate, 8 mas não prevaleceram. E já não houve lugar no céu para eles. 9 Foi então precipitado o grande Dragão, a primitiva Serpente chamado Demônio e Satanás, o sedutor do mundo inteiro. Foi precipitado na terra, e com ele os seus anjos.
Para que os leitores se exercitem na prática de ler a Bíblia, deixo a interpretação e a continuação de sua leitura a critério de cada um. Apenas queremos chamar a atenção para a palavra Mulher escrita aí com letra maiúscula, uma exaltação a Maria SS. ou o símbolo da mãe mística, a cidade de Deus, a Jerusalém celeste ou a Igreja que dá à luz os cristãos.
Finalizando ainda vamos referir-nos a mais dois versículos da Bíblia, com um pequeno comentário. Lúcifer, o que porta a luz, não se iguala a Prometeu , quando traz o fogo para os homens. Lúcifer não é um herói, é um anjo decaído. Aí vão os dois versículos que escolhemos entre vários dentro desta temática: Apóstolo Paulo, aos Coríntios II ,11, 13 Esses tais são falsos apóstolos, operários desonestos, que se disfarçam em apóstolos de Cristo, 14 o que não é de espantar. Pois, se o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz,
Apesar de o texto bíblico continuar, fazemos aqui o ponto final deste blog, pois, por hoje, cumprimos nosso objetivo.