quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Nº 31 Verão no Brasil




  •            Os incentivos do verão ocuparam um pouco nossas reflexões para redigir o 31º blog de nossa produção. Não procuramos isolar-nos numa "torre de marfim". Estudamos as festas do verão brasileiro inclusive o carnaval. É uma brasa... no Brasil.
  •             O fogo do Sol, o calor infernal, as orgias, a liberação desordenada dos instintos, o excesso de bebidas , uma certa nudez exibicionista, o culto exagerado à matéria, especialmente no carnaval são alguns fatos que justificam ser o verão em certos lugares regido pela carta nº 15 do tarô , o Diabo.
  •             O Diabo está solto no verão. Mas ninguém se assuste , pense primeiro na ambiguidade do arcano nº 15: ele é Satanás , mas também é Lúcifer, o portador da luz. Em nossa cultura há desprezo  pelo material, ao qual se associa o Diabo, sentimento vindo da Idade Média , quando o tarô chegou à Europa.
  •            Porém, as religiões antigas consideravam que a energia espiritual e sexual eram a mesma. O uso indevido de uma ou de outra é que gera o mal, a perversão. No Antigo Testamento, o próprio Jeová diz: "Eu sou o Senhor e não há mais ninguém. Formo a luz e a escuridão. Faço a paz e crio o mal: Eu, o Senhor, faço todas as coisas ."
  •             Psicólogos afirmam que o descuido pelo lado demoníaco do homem é a principal causa das desgraças do mundo de hoje. Nossos instintos reprimidos e não trabalhados, agora explodem em forma de guerras, crimes, destruição geral. Diante do desequilíbrio atual, é imperativo um acordo com a força diabólica . Estamos na era da relatividade, há uma relativização entre o bem e o mal, não se sabe onde começa um e acaba o outro. Jung, em a Interpretação do dogma da Trindade, admite uma quaternidade arquetípica, onde o diabolus seria o quarto elemento, opondo-se ao Filius.
  •             O homem é uma alma que se consubstancia no corpo. A carta nº 15 se imiscui em nossas vidas no verão e mesmo nas outras estações. Não escapamos de vivenciá-la. A matéria não é má, mau é o uso que muitas vezes fazemos dela. Se enfrentarmos os fantasmas do inconsciente, não nos furtaremos a receber o lado luz do arcano nº 15: o êxito nos estudos, no trabalho e para ganharmos dinheiro, o vigor físico, a versatilidade, o magnetismo pessoal.
  •           Que o calor, o renovar de energias, as horas de folga, de confraternização, de encontros amorosos no verão nos façam refletir sobre o destino da natureza humana. E já não sendo mais ingênuas criancinhas presas aos códigos superpostos da cultura, assumamos a responsabilidade  em face da inquietante frase de Sartre:"Estamos condenados a ser livres." Nosso corpo é uma flauta onde Deus sopra , não deixemos nossa flauta desafinar no estuante e pleno verão!
  •              Não somos alienados. Temos uma consciência clara e adogmática dos fatos. Arejamos nossas ideias e assim chegamos a estas conclusões necessárias e que acabamos de passar a nossos leitores.
  •              Voltaremos, como prometemos, ao tema que iniciamos no blog Nº 30.
  •              Uma das manifestações do "capetalismo" está na muito doce canção do consumismo. Ela é falsa e insistente.
  •             Observemos:
  • Tome cerveja, tome cerveja numa propaganda linda e insinuante. Bem rapidinho o aviso: Se dirigir, não beba.
  • A aids é contagiosa e perigosa. O aborto é crime. Mas, seja atraente e sexy com tal ou tal produto de beleza. Assista a filmes, novelas, programas da mídia para preencher o vazio da sua vida. Ligue a Internet e veja dezenas de sites pornográficos. Fulana de Tal nua na Playboy. Bata o pezinho, faça beicinho e leve seu namorado para o Motel Snob.
  • Remédios e aparelhos para emagrecer, ao mesmo tempo, uma irresistível gastronomia.
  • Et coetera, et coetera... Continue esta análise, é um excelente exercício.
  •              Na propaganda tudo vai bem no melhor dos mundos possível. É o otimismo da mentira, não gosta do não, nela há uma profusão de sins, de sorrisos, de sensacionalismos, de qualidades indiscutíveis. É a linguagem apelativa a serviço de  para angariar o lucro comercial ou de fazer o receptor  um homem comportadinho para ajudar a manutenção do sistema social e não abalar o bem-estar das classes privilegiadas.
  •          A dominação, a compulsão repetitiva, os fluxos utópicos por ela produzidos  são sempre suspeitos.
  •           A moderna tecnologia de comunicações  de massas, os fundos generosos da empresas e dos governso interessados na propaganda hipertrofiaram seu valor e atuação.Para isso intensificaram-se o aperfeiçoamento de suas técnicas,  as pesquisas junto a grupos sociais, com o fim de estudá-la e ela constitui-se uma ciência de gabinete.