segunda-feira, 29 de junho de 2009

n° 01

INTRODUÇÃO



Ninguém é tão ignorante que não tenha nada para ensinar. Ninguém é tão sábio que não tenha nada para aprender.
Com este pensamento, vamos tentar a aprender e a ensinar.
“Que representa a Filosofia?
_ É uma das raras possibilidades da existência criadora. Seu dever inicial é tornar as coisas mais refletidas, mais profundas.” Martin Heidegger ( O grifo é nosso).
A Filosofia é um convite para a vida do homem em plenitude , como ser racional. O convite da Filosofia não é o de afastamento da vida; muito pelo contrário, o estudo da Filosofia alarga a visão e a dimensão da existência, em extensão e profundidade e, neste sentido, podemos dizer que filosofar é viver mais. Às idéias, acompanham o sentimento, a vontade , a ação.
Seu maior valor está em colocar corretamente um problema, está na discussão e no estabelecimento de uma consciência clara, sobre um problema fundamental. A “Filosofia: o Saber com Sabor” será adogmática. E combaterá as certezas inabaláveis


A Triangulação


Comecemos lendo um poema de Alberto Caieiro, heterônimo de Fernando Pessoa:

O guardador de rebanhos, XL
(de 07-o5-1904)

Passa uma borboleta por diante de mim.
E pela primeira vez no Universo eu reparo
que as borboletas não têm cor nem movimento
assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta.
No movimento da borboleta é o movimento que se move.
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta.
E a flor é apenas flor.


Toda visão do mundo está sujeita à lei do Triângulo.

Observem:
___________olho________folha________sol
___________percepção____objeto_______luz
A folha, que é o objeto, não é verde. A manifestaçãode uma energia fez o objeto absorver certos raios da luz e refletir outros que chamamos de verde.
Que é o arco-íris?
A realidade é o sonho do homem. E o sonho é a sua realidade.
O desenvolvimento para o saber superior deve começar por uma reflexão sobre o mundo dos objetos.
Dizemos que um pedaço de gelo é frio e que um pedaço de ferro, que ficou muito tempo exposto ao Sol, é quente. Na realidade, nosso corpo só sente calor ou frio, em relação a nossa própria temperatura. Nossa percepção objetiva se realiza pela consciência de uma diferença entre o objeto e nossos órgãos dos sentidos. Ela resulta desta dupla presença em que ela é o terceiro ponto do Triângulo.
O homem só pode perceber a parte do Universo que é regida pelo número Três. Três é uma chave de decodificação. Pelos olhos, pelo nariz, pelo ouvido, pela língua, pelo tato, ele está destinado a detectar o que o beneficia. É basicamente para sua sobrevivência que este sistema foi construído.
Na ausência das diferenças, que é de fato o Universo? Se abolíssemos de repente toda a percepção por triangulação, nos tornaríamos espectadores de um vasto campo indiferenciado. Talvez tivéssemos ultrapassado nosssas possibilidades e iríamos encontrar-nos face a face com o Verdadeiro. Que fascinante!
Entretanto, mesmo em nossa atual dimensão, não somos escravos dos sentidos.
Vejam:
----------Compensação
Amolação
aporrinhação
desgaste.
No mar, a colcha verde e branca
na barra esbarra
e se abre para o infinito.
Infinito vivo que está também
dentro do finito que é você.
No social, uma política como a do Presidente Lula que procura diminuir as diferenças . que é inclusiva, caminha para o "verdadeiro". Na religião, D. Helder Câmara caminhou na mesma direção. Ajudem-nos, procurem outros exemplos.
Mas afinal, que é a verdade?
Nando responde bem nesta trova:
_ "Que é a verdade? " _ "Não sei..."
pergunta a Jesus, Pilatos.
Jesus não sabe? Achei:
A verdade está nos fatos!
E Anna a define assim:
Algo que vemos ao longe,
quando estamos a sonhar,
chama-se verdade: o Monge,
o Santo de outro lugar.
______________________Crítica construtiva-----------------------------------------------

6 comentários:

  1. gostei, muito bom o texto.

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  2. Que bom que podemos ter acesso a um novo espaço para saborosa reflexão! Parabéns, Eliza

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  3. Amo Fernando Pessoa, quando ele se apresenta como Alberto Caieiro.
    Quando mais jovem eu admirava Alberto C. (já faz é tempo...) e não sabia que era o Grande Fernando P. E até hoje prefiro o Alberto C.
    Anna e Nando, estou diante de um texto ótimo e que me torna mais inteligente. Com textos como estes eu aprendo muuuuuuito!
    Abraçosssssssssssssssss
    Lucia

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  4. Anna e Nando
    Com textos como este eu estou sempre aprendendo e tornando-me mais culta.
    Eu sempre gostei mais de Alberto Caieiro do que de Fernando Pessoa. Eu explico:
    Quando Fernando Pessoa transformava-se em Alberto Caieiro eu o admirava mais. Parece que ele ficava mais inspirado.
    Parabéns e quero ler mais e mais.
    Abraçossssssssssssssssss
    Lucia

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