sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

55 Assim seja!

  1.        Terminamos a postagem anterior, dizendo que os sonhos revelam sempre as profundezas da alma . Nesta postagem, apresentaremos um sonho ` acordado` , onde se notam sa profundezas da alma de Anna e de seu filho, Vando. Este, um ''um broto lindo'', na época da narrativa, isto é, há mais de 30 anos, na sua primeira aula prática de Medicina, num hospital psiquiátrico.
  2.          Está em forma de poema.
  3.         
  4.          Uma bolinha de papel
  5.         jogada lá de cima,
  6.         na sua cabeça, assinala
  7.         o umbral da iniciação.
  8.         Do grande templo você ouve
  9.         a voz sagrada:
  10.         Bandeira branca, amor,
  11.         eu quero paz!
  12.         Assim a sacerdotisa,
  13.         cliente do hospital psiquiátrico,
  14.         recepciona o doutor
  15.         no seu primeiro dia de médico.
  16.         Enxerga longe,
  17.         através do uniforme branco
  18.         lavadinho e passadinho,
  19.         descobre o brioso e altivo
  20.         mensageiro da paz.
  21.         (O louco é detentor de
  22.         uma sabedoria que o homem
  23.         normal desconhece).
              Luz e música
              manhã colorida e o vozerio dos loucos
              sinfonia e policromia brancas.
              O doutor sobe rápido as escadas.
              O uniforme branco, lavadinho
              e passadinho.
              Atrás, uma história
              na frente o destinomde curar.
               O ir-se em
               O ir-se com.
              Bandeura branca, amor,
              eu quero paz.
              Paz que não seja imobilismo
              nem maré mansa.
              Paz, conciliação dos opostos
              união dos contrários
              HARMONIZAÇÃO
              da energia da matéria
              até às infinitas vibrações
              do teclado cósmico.
              Paz profunda!
              Assim seja!


          Para encerrar com chave de ouro, transcreveremos uma frase de Madre Teresa de Calcutá:
          "Não usemos bombas nem armas para conquistar o mundo.Usemos o amor e a compaixão. A paz começa com um sorriso."

domingo, 25 de outubro de 2015

N°54 : Continuação da postagem nº 53

      O sistema nervoso autônomo faz o elo entre a consciência subconsciente e a subjetiva. É também chamado neurovegetativo, é formado pelo sistema nervoso simpático e pelo parassimpático. Não é só vegetativo nem é autônomo, é interligado ao hipotálamo. É formado de nervos e gânglios.
         O sistema nervoso simpático e o parassimpático trabalham de forma contrária, podendo-se afirmar que o sistema nervoso parassimpático restaura os níveis de equilíbrio alterados pelo simpático. Não podemos neste momento entrar neste complicado estudo.
          O sistema nervoso autônomo assim se chama porque controla a função involuntária de diversos órgãos, já que a maior parte de sua atividade não chega ao córtex cerebral. Desta forma, é responsável por comandar mecanismos que conscientemente não se pode modificar, como por exemplo os batimentos cardíacos, a secreção das glândulas da mucosa estomacal, a dilatação das pupilas... Também não entendemos como os conteúdos oníricos passam da consciência subconsciente para a consciência subjetiva, através do sistema nervoso autônomo. Estamos interessados em conhecer e analisar estes conteúdos. 
       O último esforço da razão é reconhecer que existe uma infinidade de coisas que a ultrapassam. Blaise Pascal.
          Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia. Shakespeare.
            Interpretar os sonhos requer um esforço do consciente para compreender o inconsciente. Ora, este último continua a ser um mistério para o intelecto que é mais apto a trabalhar conceitos que a decifrar símbolos. A interpretação dos sonhos constitui sempre um desafio, que pretendemos enfrentar, dentro do possível.
      Os sonhos nos oferecem a principal via para adentrar ao inconsciente. Sua linguagem caracteristicamente simbólica proporciona umas pedrinhas nos sapatos do psicanalista.
           Segundo Freud, neles procuramos realizar nossos profundos desejos reprimidos. Mas nem sempre é assim. Há sonhos proféticos, nítidos e coerentes(às vezes significam uma reminiscência mais ou menos exata),confusos (os mais comuns, podem ter várias causas. Consulte Os Sonhos de Leadbeater  da Editora Pensamento, São Paulo), curativos, premonitórios, espirituais, dirigidos, influenciados por outras pessoas etc.
            Eles são um alívio para o estresse que se desenvolveu nas horas de vigília. Permitem também eliminar a cólera e tratar as feridas morais. São indispensáveis, pois se alguém fosse privado dos sonhos, logo teria grandes distúrbios psicológicos.
       Os intérpretes do sonho devem compreender seus  mecanismos de elaboração, bem como estudar a linguagem simbólica e, principalmente desenvolver a intuição. A interpretação mais importante é a do próprio sonhador, ele é que conhece bem o contexto  do sonho, seus relacionamentos seus sentimentos ao sonhar. O que para você pode ser muito triste, na experiência do sonhador, pode ser muito alegre, ele é que sabe explicar.
          Os sonhos revelam sempre as profundezas da alma.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Nº 53 A alma universal e seus desdobramentos na constituição dos sonhos

      A consciência universal é um atributo da Alma Universal. A alma anima o corpo e gera a consciência. Esta pode perceber uma realidade visível, palpável ou uma sobrenatural. A consciência humana está ligada à Consciência Universal, como apresentaremos abaixo:

                                     ALMA UNIVERSAL

                              CONSCIÊNCIA UNIVERSAL  
                       (atributo da Alma Universal, onisciente,
                        onipresente, onipotente, sede da Memória
                        Universal)
                        Elos: centros psíquicos ou chacras

                             CONSCIÊNCIA SUBCONSCIENTE
                                        (memória perfeita)
                         Elo: sistema nervoso autônomo

                              CONSCIÊNCIA SUBJETIVA
                          (reflexão, memória, imaginação)
                         Elo: sistema nervoso cérebro-espinal

                               CONSCIÊNCIA OBJETIVA
                         (visão, audição, olfato, paladar, tato)

           Estes esclarecimentos nos permitem compreender a relação entre a alma e os sonhos, pois eles apresentam o funcionamento da consciência no seu mais completo desdobramento.
         A Alma Universal, como o nome indica,  abrange a totalidade do universo.Dotada de poder absoluto e conhecimento ilimitado, sabe tudo  e tudo penetra. É claro que anima as criaturas em diferentes graus. Asim, o nível de consciência de um vegetal é inferior ao de um animal e este não tem a consciência tão elevada quanto a de um ser humano.
      É essa impregnação de todas as criaturas pela Consciência Universal que explica a notável Inteligência  subjacente à formação da matéria, à  evolução da vida e à emergência do espírito. Se os átomos vibram em harmonia, se as células se combinam e se a autoconsciência pôde surgir na espécie humana, é devido a essa Consciência superior ou divina que preside aos acontecimentos do universo com vistas a seu despertar.
          Seria interessante estudar os níveis de consciência ponto por ponto. Mas sairíamos de nosso método de explanação que é não separar o saber do sabor.
            Então, vamos apenas prosseguir nosso estudo sem torná-lo pesado.
       Ao nível psíquico, o subconsciente constitui nossa participação mais elevada na Consciência Universal. Ele é responsável por fenômenos como a premonição, a clarividência, a telepatia e outras formas da percepção dita "extra-sensorial" porque se efetua fora dos sentidos comuns. Na realidade, o   subconsciente utiliza então sentidos que fazem parte de nosso ser, mas que a maioria das pessoas não domina. Assim sendo, dispomos da visão e da audição psíquicas, mas sua energia deve se despertada para se tornar operante. Exercícios de concentração nos centros psíquicos podem suscitar esse despertar. Deixaremos que cada um realize por sua conta os exercícios de concentração. Faremos algumas referências aos centros psíquicos e à sua estimulação.
       Os chacras ou centros psíquicos são terminais através  dos quais a energia biológica é transferida dos planos superiores para o corpo físico.
           Temos inúmeros chacras. Os 7 principais são:
           1º O básico - localizado na base da espinha, é estimulado pela cor vermelha-alaranjada e pelo som vocálico khei. Corresponde às glândulas supra-renais, que controlam a constituição química dos fluidos do corpo e desempenham um papel importante no processo da meditação: é sob seu impulso que podemos perder a consciência de nosso corpo físico e ascender gradualmente a um estado intermediário entre a vigília e o sono.
      2º O umbilical, situado nas redondezas dos órgãos de reprodução. Controla as energias sexual e reprodutora. Estimula-se com a cor laranja e com os sons vocálicos RÁ e MÁ.
            3º O esplênico ou solar, associado ao amarelo, é estimulado pelo som vocálico MEH. O centro solar é muito sensível ás vibrações negativas que emanam dos outros órgãos . Portanto desempenha um importante papel , pois nos permite sentir as vibrações negativas de um ambiente, de modo a nos defendermos das mesmas, seja afastando-nos dos indivíduos responsáveis por elas, seja recorrendo à proteção cósmica.
          No plano fisiológico, em geral, o plexo solar  é também  muito importante. É ele que transmite a energia autônoma a todos os órgãos a que está ligado, como o estômago, fígado, pâncreas, baço, rins etc. é por seu intermédio que esses órgãos recebem o influxo necessário á sua atividade física e psíquica, que é controlada pelo hipotálamo, cérebro do sistema nervoso autônomo, responsável por todas as funções involuntárias de nosso corpo, enquanto o sistema nervoso cérebro-espinal dirige as ações voluntárias.
        4º Centro cardíaco, associado a um rosa resplandecente, dá preferência ao som vocálico EH. É a fonte de luz e amor, não só humanos, mas também divinos. Do amor ágape. Localiza-se bem em cima do coração. As energias que se irradiam do coração são curativas. A glândula timo corresponde ao chacra do coração, ela é maior na puberdade, depois decresce mas pensa-se que na fase adulta estimula o sistema imunológico.
         5º Laringeo ou da garganta. É o centro tireodiano que exerce uma influência positiva sobre nossos processos mentais. estando próximo das cordas vocais, ele amplifica o poder dos sons vocálicos, isto é, reforça os efeitos físicos, psíquicos e espirituais que a entoação produz a nossa volta. Além disso, eleva a qualidade vibratória do ar no momento que este passa pela laringe para ser levado aos pulmões. Assim fazendo, intensifica a polaridade positiva  da Força Vital e acentua a influência que a essência cósmica exerce sobre nosso ser.
        Impulsione este chacra com a cor azul e entoe o som vocálico THO. Quanto mais desperto estiver, mais nossas faculdades de observação, análise e raciocínio serão eficientes. No caso contrário, às pessoas que não têm este centro suficientemente desenvolvido, falta vivacidade de espírito e elas têm grande dificuldade para se concentrar ou sofrem de uma certa preguiça intelectual.
        6º  Frontal ou Terceiro Olho. Está localizado diretamente acima das sobrancelhas. Irradia as cores primárias amarelo alternando com azul intenso. Está intimamente ligado à visão, não somente no sentido físico mas também no sentido místico, com relação aos planos superiores : visão intuitiva, clarividência e outras formas paranormais de conhecimento. É a sede da criatividade, quando ativo, é de importância   fundamental na cura à distância. Uma de suas principais funções consiste em  transformar nossos pensamentos em emoções e vice-versa. O chacra frontal é estimulado pelo som vocálico RA. A exteriorização física do chacra frontal é a glândula pituitária, localizada na base do crânio, que segrega vários hormônios cujas funções gerais são a regulação do crescimento e o metabolismo.
             7° Coronário. Quando ativo , é o mais vibrante de todos. Parece vibrar com um conjunto de cores, embora aos olhos treinados  ele seja predominantemente violeta. Estimule-o com o som vocálico OM. Está situado na parte superior da cabeça. Corresponde ao mais alto nível de perfeição espiritual. Como outros chacras , é um canal para energias superiores que entram em cada um de nós. No entanto, difere dos demais quando completamente ativo. Nestas condições ele irradia uma espécie de sol central, espalhando amor e grandeza ao ambiente que o cerca.A importância do sétimo chacra está no fato de que ele é o recipiente da energias espirituais mais profundas e que têm muito poder na cura das enfermidades. Quando ativado, forma uma verdadeira coroa de luz pura e energia divina na parte superior do indivíduo.
          Ele corresponde à glândula pineal, localizada na parte interna do cérebro central. Ela é pouco entendida em termos médicos.

         Vamos publicar o final deste texto na postagem n°54 porque precisamos parar um pouco  para estudá-lo e redigi-lo. Até lá.

       
          
            


                               
                          
























terça-feira, 23 de junho de 2015

N º 52 SONHOSll A CONCEPÇÃO DE DEUS

          Continuando nossos estudos sobre os sonhos, voltados aos ensinamentos espirituais, recorremos às experiências de morte iminente, em que pessoas declaram ter consciência de sua existência pessoal e do seu ambiente, quando o encefalograma indica que o cérebro está totalmente inativo. São as experiências da QM (quase morte) que são ultra-reveladoras.
            Um mínimo de rigor intelectual nos obriga a reconhecer que a consciência pode funcionar sem o cérebro. Mas não esquecer que, quando a alma está encarnada, o cérebro é uma ferramenta indispensável à aprendizagem e à memorização; aliás, basta uma desordem mínima de suas funções para pôr em perigo o equilíbrio psico-cognitivo.
            O ideal é alcançar um estado de comunhão espiritual, a que os místicos das diversas épocas deram diferentes nomes: nirvana, estado crístico, fusão com o Absoluto, harmonização cósmica, iluminação cósmica etc. Só aí poderemos controlar e analisar nossos sonhos. Só assim teremos os ritmos cerebrais  e a inspiração da alma harmonizados, proporcionando os necessários  estágios a nosso sono, a obtenção conveniente de nossos sonhos e também o consequente progresso na senda da Realidade última.
            Vamos divertir-nos com seriedade.
       Temos que descobrir a arte de vivenciar e interpretar os sonhos. Há estudos complexos e muito profundos tratando deste assunto. Aqui, nossas pesquisas se limitarão ao mais acessível.
             No momento, solicitamos rever as definições  que fizemos de Vida, Alma e Consciência na postagem 38.
       Consideramos que o verdadeiro elaborador dos cenários oníricos é o subconsciente que é ligado à Consciência Universal por intermédio dos centros  psíquicos. Por isso, demonstra tão grande conhecimento temporal e intemporal, durante o sonho.
             As imperdíveis imagens oníricas, jorrando do inconsciente, dão testemunho da presença de uma inteligência superior, um sopro do grande universo e do infinito, que nos toca.
          Esta inteligência superior vem dEle, de Deus, do Deus de nosso coração. É indispensável que participemos de um plano divino. Para isto, temos de estudar e viver intimamente as leis universais e naturais, como a gravitação, a atração, a existência dos astros, a procriação etc. e as leis espirituais ,como a reencarnação, o carma, o darma, a transcendência, o amor, a criação etc. São leis que Deus criou, sem elas não podemos viver, o mundo se transformaria num caos. Só podemos conhecer Deus , através de Suas leis e de Suas manifestações, estas constituem o Cósmico. O Cósmico é dinâmico, é Deus em ação.
             Há teólogos que dizem que Deus é a inteligência universal que pensou, manifestou e animou toda a Criação, segundo leis imutáveis e perfeitas. Muito certo mas muito abstrato. Estudamos no catecismo que Deus é um espírito eterno, todo-poderoso, perfeitíssimo, criador do Céu e da Terra que está em todo lugar.
          É bom saber  que Ele não é um homem branco, sentado num trono, lá no alto, mandando em tudo e em todos. Não antropomorfizem Deus.
       Eu e Nando cremos em Deus, porque "sabemos" que ele existe. Mas o que lhes direi para que vocês também creiam, se não O possuem no fundo de sua alma, se ele não faz parte de todos os seus atos e pensamentos?
           Apenas posso dizer-lhes que um dia, nas esquinas da vida, vocês O encontrarão. Quando estamos preparados, Ele sempre aparece.
       Deus é um ser poderosíssimo, uma força invisível, determinante que age em todo mundo, em todas as galáxias. É mais sábio e mais eficiente que o Monsieur Computador. O computador não é Deus.
             A jabuticaba tem que nascer lindamente agarrada no tronco da jabuticabeira. A abóbora nasce gentil e modestamente no chão. O coco lá em cima, no coqueiro, onde os pássaros gostam de ir. Foi Deus que determinou tudo isto. São inesgotáveis os exemplos. Tudo isto é lindo e amamos tudo isto. Estamos em Deus.
            As leis cósmicas se cumprem. Entretanto, cremos no livre arbítrio. Não esperamos passivamente. Somos um elemento do cósmico. Estamos no cósmico, estamos em Deus. Deus não é um homem, já o dissemos, é o Ser Essencial que constitui a essência de tudo.Somos o verbo, Ele é o substantivo. Que fascinante mistério! Ele permite que nos manifestemos como função da natureza dEle e fenômeno na vida dEle.
           Nossa abordagem é panteísta: considera que Deus manifesta Sua presença em todos os reinos da natureza. É por isso que devemos respeitar tudo o que existe, vendo em todo ser não somente  uma manifestação do Divino, mas também um veículo da Alma Universal. Sublinhemos, de passagem, que essa visão justifica por si só a defesa de uma ecologia verdadeiramente espiritual, e não motivada pela preocupação egoísta de preservar os recursos de nosso planeta apenas visando ao bem do homem.
             A distinção entre o teísmo religioso e o nosso panteísmo tem uma outra incidência importante: uma vez que tudo que existe faz parte de um Plano divino, pode-se concluir que o homem participa desse plano, porém ele não é  único a fazer isto. Na verdade, ele não é mais importante que os outros reinos aos olhos de Deus  e da Evolução Cósmica.
              Esta viagem de circum-navegação é importante, para que não banalizemos os sonhos, dando-lhes uma lista para analisá-los. Cada um é cada um.
              Na próxima postagem, estudaremos os diferentes níveis de consciência e faremos interessantes referências aos sonhos.
                 
             




segunda-feira, 15 de junho de 2015

Nº 51 SONHOS: UMA VIA DE CONHECIMENTO. INICIAÇÃO

    "O sonho é uma porta secreta ao que a alma tem de mais obscuro  e íntimo; ela se abre para a noite cósmica original que pré-formava
a alma muito antes da existência da consciência do Eu e que a perpetuará muito além do que uma consciência individual terá jamais alcançado."
                                        Carl Gustav Jung

     Começaremos um estudo original, criativo e que nos revelará  as profundezas da alma. 
   Dificilmente se poderia pensar, quando se tem a ideia da variabilidade infinita dos sonhos, que possa existir um método, um processo a ser seguido,infalível,teoricamente prescrito, capaz de interpretá-los. E é bom que assim seja, para que não se prejudique  o sentido dos sonhos, limitando-os de antemão. Eles têm a capacidade de revelar sempre um ponto de vista novo, muito valioso. Assim sendo, para caminhar nesta via de conhecimento, é preciso refletir e estudar muito. É como se fôssemos navegar e mergulhar  num oceano desconhecido. Mas será interessante e acessível a todos.
      Vamos preparar-nos.
    A alma humana não está situada em determinado local do corpo, ela impregna todo o corpo,dando-lhe vida e consciência. Do ponto de vista místico, é essa presença íntima da alma que explica a admirável sabedoria do corpo que se reconstrói e se cura com uma competência que ultrapassa nosso entendimento.
      É bom lembrar que todo ser humano tem uma alma que provém  da Alma Universal, a qual é ela própria uma emanação de Deus. Em outras palavras, o ser humano tem natureza divina, o que faz dele um ser virtualmente perfeito, porém, sujeito a imperfeições que se justificam porque ele possui também um corpo material.
      Nossa vida pré-natal se mantém através da alma de nossa mãe. Na primeira respiração, entra em nosso corpo nossa própria alma que só sairá quando dermos o último suspiro, isto é, quando tivermos morrido. Daí ela seguirá seu caminho independente do corpo, o que não faz parte deste estudo.
     Além de infundir vida e inteligência nas células de nosso corpo, a alma é igualmente a fonte da autoconsciência, que é uma característica exclusiva de nossa espécie. À luz dos ensinamentos espirituais, podemos afirmar que a autoconsciência não é um produto da atividade neurônica e sim um atributo da alma. E certos eventos nos forçam a reconhecer a primazia da consciência sobre o cérebro.
     Nas próximas postagens, continuaremos nossos esclarecimentos que precisam ser aperfeiçoados. Até lá.
        





domingo, 5 de abril de 2015

Nº 50 Linhas Convergentes


     Os ensinamentos místicos que lhe proporcionamos nas outras postagens lhe dão oportunidade de prosseguir seus estudos místicos  e de formularem suas preces e meditações.
    Mas, como já dissemos, é importante que não trabalhemos sozinhos, que tenhamos colegas, irmãos em nossos ideais e sentimentos e que pertençamos a uma sociedade iniciática. Nando e eu temos nossos irmãos rosacruzes e estamos afiliados á AMORC (Antiga e Mística Ordem Rosacruz). Esta é uma organização espiritualistta, filosófica, iniciática e tradicional. Não trabalha com espíritos desencarnados e sim com nosso eu-interior, isto é, com uma força poderosíssima que está dentro de nós mesmos. Possui caráter templário, sem ser dogmática, não possui uma doutrina que o estudante deva seguir, conduzido por um intermediário entre ele e Deus. Seus princípios levam o Ser Humano ao contato íntimo com Deus através da Mística. Consulte na Internet: "A egrégora rosacruz"
           No símbolo rosacruz, a cruz representa o corpo do homem  e a rosa, colocada no centro, simboliza a alma. Em seu conjunto, a Rosacruz representa a dualidade do homem, isto é, que ele é corpo e alma.
     Estas explicações podem dar ideia de uma propaganda. Entretanto, nossa intenção é prestar esclarecimentos indispensáveis na atual conjuntura de nossos estudos, em que oferecemos informações e formações místicas, que devem ser assessoradas, para que não se tornem prejudiciais
         Com esta base, podemos conseguir, por exemplo, as seguintes realizações:
harmonização cósmica,       proteção contra os ambientes negativos,
projeções,         relaxamento,        eliminação do estresse,          re-
generação dos órgãos, dos nervos e do sangue,       criação mental,
cura de doenças físicas e psíquicas,         vidência             contato
com os arquivos acásicos,            materializações  e muito mais.
          Não vamos,porém, continuar como já explicamos. Chegamos a ponto em que se fazem necessários um intercâmbio e a atuação dos poderes de uma egrégora(grupo de consciências afins). Resumindo, precisamos de recursos que vão além de um blog.

       Dentro de conhecimentos místicos e outros possíveis de serem tansmitidos num blog, continuaremos, de acordo com nosso interesse e possibilidade. O saber com sabor não vai parar.







            

domingo, 11 de janeiro de 2015

Nº 49 No mundo do trabalho



       É este o conto de Gregório Bezerra a que nos referimos na postagem anterior:

           Meu primo era "mestre carreiro" no engenho. Pediu à minha mãe que eu fosse trabalhar junto a ele como ajudante. Ela não se opôs, mas ponderou que eu era muito novo e pequeno para trabalhar de "ajudante de carreiro", visto que eu nem podia com um feixe de cana. Meu primo prometeu ajudar-me naquilo que eu não pudesse fazer. Fiquei saltitando de alegria. Ia andar em cima de um carro de boi, chamar boi com uma vara de ferrão. Ia passar muito sebo e azeite nos eixos das rodas e nos mancais. Isso para o carro ranger e cantar bonito. Tudo estava para mim. Ia ganhar uma vara de ferrão para mandar nos bois e quando ficasse maior ia ser "o maior carreiro do mundo". Além do mais, ia ganhar duzentos reis por dia. "Eita dinheirão". Seria o menino mais bem pago do engenho. E mais admirado. Não somente pelo salário, mas sobretudo porque era ajudante de carreiro e tangia bois de carro. Tudo isso me fervia na cabeça noite e dia.
             Meus deveres consistiam  em levantar-me de madrugada para ir ao campo juntar os bois e levá-los para o galpão, vigiá-los até a chegada de meu primo para encangá-los e dar começo à jornada nos cortes de cana a fim de transportá-los ao engenho para a moagem. A outra tarefa era carregar os feixes de cana até o carro, enquanto meu primo enchia-o  com feixes de cana mais próximos. Eu sentia dificuldades  em transportá-los porque eram muito pesados para a minhas forças, mas os levantava e depois abaixava-me; e puxava-os para minha cabeça e os transportava-os até o carro.Vez por outra, escorregava nas palhas  ou nos olhos de cana e caía com feixe e tudo. Levantava-me novamente e fazia a mesma manobra, prosseguindo no meu lufa-lufa de vaivém o dia inteiro e até nas noites de luar. À noite, estava cansado. Meu corpo magricelo só pedia chão e esteira para dormir.
            Aqui começa uma graciosa prova de paciência de minha mãe para comigo. Alta madrugada minha mãe chamava-me:
             _ Grilo! Ô Grilo!
            _ Que é mãe?
           _  Acorde meo fio. O galo já cantou tréis vêi!
           Eu ficava dormindo. Ela vinha me levantava da esteira com toda ternura. Lavava-me o rosto e dava-me um gole de "pinga", pois, segundo ela, servia para dar-me coragem e espantar o frio. Realmente, eu tomava o gole de "pinga" e o sangue invadia-me o rosto e as orelhas.
            Minha mãe ia-me empurrando devagarinho até até a porta da rua , ás vezes  debaixo da chuva. Mas com chuva ou sem chuva era uma tarefa que eu não podia deixar de cumprir. Por incrível que pareça, a chuva era melhor que o orvalho; esse dava-me caimbras nos pés e nas mãos, que me doíam desesperadamente; por outro lado,  aquela me tirava a caimbra. Mas com uma ou  com outro, eu sempre ficava molhado. Quando chovia era pior, porque os bois subiam para o alto dos morros. Todavia, à medida que  eles iam-se habituando  comigo, bastava chamar um deles pelo nome e todos os demais vinham-se juntar-se a este. Aproximavam-se em grupo e isto me facilitava o trabalho.
              No galpão descobri uma dependência cheia de milho que era do senhor de engenho. Fiz o seguinte raciocínio:
              _ O milho é do coronel. Os bois também são dele. Não faz mal que eu tire um pouco do milho para dar aos bois para comerem.
               Daí por diante todas as madrugadas os bois tinham uma suculenta ração de milho para comer e comiam gostosamente. Foi ótimo. Deste dia para a frente, em  vez  de ir procurá-los no campo, eram os bois que iam esperar-me no galpão em busca de sua ração. Ficamos amigos. Eles comendo e eu junto deles aquecendo-me do frio e aspirando o seu hálito adocicado, que se desprendia de suas grandes narinas. Além disso, durante o dia, nas idas e vindas entre os canaviais e o engenho,  iam arrancando milho e feijão verde que encontrava na beirada dos caminhos para eles comerem durante o enchimento do carro. Creio que  bois de carro nunca comeram tão bem como os bois Cara Preta, Ponta Grossa, Malhado e Lamacento. Eram possantes e combinavam-se no esforço comum, principalmente nas subidas e atoleiros. Eram cuidadosos, pacientes e mansos.
            Em minha tarefa, o maior trabalho cabia mesmo à minha mãe, ou seja, o de acordar-me naquele sono profundo.
           Eu chegava quase sempre à noite e muito cansado. Arriava-me na esteira já dormindo. Minha mãe me punha no colo e lavava-me os pés, o rosto e ás vezes até me dava um banho completo. Contudo, eu não acordava. Mas o "duro" mesmo para ela era levantar-me de madrugada. Muitas vezes eu tinha a impressão de ter deitado naquela hora. E minha mãe a chamar-me:
              _ Grilo! Ô Grilo! Acorde meo fio! O galo já cantô quatro vêiz!
              _ Sim, mãe. Respondia e continuava dormindo.
              Lá vinha ela levantar-me. Sacudia-me delicadamente para um e outro lado até que eu abrisse os olhos. Lavava meu rosto, trazia-me o já costumeiro gole de pinga e lentamente ia-me empurrando até a porta de saída. Com muita brandura, docemente, empurra-me para fora, dizendo:
               _ Vai, meo fiinho. tu és um hominho. Vai com a graça de Deus.
               Isto se repetia diariamente. Era o meu despertador infalível. E o galo era o despertador dela.

                 Comentário: Um quadro do trabalho infantil que se transfunde em expressão poética. É fundamental sublinhar que o trabalho aparece como valor  e não como exploração e nele brilha a solidariedade humana. Incita a uma democratização que reduz o espaço histórico das manobras políticas dos de cima e a torna uma realização da maioria, ou seja, da massa do povo, numa luta sofrida e permanente.