Continuando nossos estudos sobre os sonhos, voltados aos ensinamentos espirituais, recorremos às experiências de morte iminente, em que pessoas declaram ter consciência de sua existência pessoal e do seu ambiente, quando o encefalograma indica que o cérebro está totalmente inativo. São as experiências da QM (quase morte) que são ultra-reveladoras.
Um mínimo de rigor intelectual nos obriga a reconhecer que a consciência pode funcionar sem o cérebro. Mas não esquecer que, quando a alma está encarnada, o cérebro é uma ferramenta indispensável à aprendizagem e à memorização; aliás, basta uma desordem mínima de suas funções para pôr em perigo o equilíbrio psico-cognitivo.
O ideal é alcançar um estado de comunhão espiritual, a que os místicos das diversas épocas deram diferentes nomes: nirvana, estado crístico, fusão com o Absoluto, harmonização cósmica, iluminação cósmica etc. Só aí poderemos controlar e analisar nossos sonhos. Só assim teremos os ritmos cerebrais e a inspiração da alma harmonizados, proporcionando os necessários estágios a nosso sono, a obtenção conveniente de nossos sonhos e também o consequente progresso na senda da Realidade última.
Vamos divertir-nos com seriedade.
Temos que descobrir a arte de vivenciar e interpretar os sonhos. Há estudos complexos e muito profundos tratando deste assunto. Aqui, nossas pesquisas se limitarão ao mais acessível.
No momento, solicitamos rever as definições que fizemos de Vida, Alma e Consciência na postagem 38.
Consideramos que o verdadeiro elaborador dos cenários oníricos é o subconsciente que é ligado à Consciência Universal por intermédio dos centros psíquicos. Por isso, demonstra tão grande conhecimento temporal e intemporal, durante o sonho.
As imperdíveis imagens oníricas, jorrando do inconsciente, dão testemunho da presença de uma inteligência superior, um sopro do grande universo e do infinito, que nos toca.
Esta inteligência superior vem dEle, de Deus, do Deus de nosso coração. É indispensável que participemos de um plano divino. Para isto, temos de estudar e viver intimamente as leis universais e naturais, como a gravitação, a atração, a existência dos astros, a procriação etc. e as leis espirituais ,como a reencarnação, o carma, o darma, a transcendência, o amor, a criação etc. São leis que Deus criou, sem elas não podemos viver, o mundo se transformaria num caos. Só podemos conhecer Deus , através de Suas leis e de Suas manifestações, estas constituem o Cósmico. O Cósmico é dinâmico, é Deus em ação.
Há teólogos que dizem que Deus é a inteligência universal que pensou, manifestou e animou toda a Criação, segundo leis imutáveis e perfeitas. Muito certo mas muito abstrato. Estudamos no catecismo que Deus é um espírito eterno, todo-poderoso, perfeitíssimo, criador do Céu e da Terra que está em todo lugar.
É bom saber que Ele não é um homem branco, sentado num trono, lá no alto, mandando em tudo e em todos. Não antropomorfizem Deus.
Eu e Nando cremos em Deus, porque "sabemos" que ele existe. Mas o que lhes direi para que vocês também creiam, se não O possuem no fundo de sua alma, se ele não faz parte de todos os seus atos e pensamentos?
Apenas posso dizer-lhes que um dia, nas esquinas da vida, vocês O encontrarão. Quando estamos preparados, Ele sempre aparece.
Deus é um ser poderosíssimo, uma força invisível, determinante que age em todo mundo, em todas as galáxias. É mais sábio e mais eficiente que o Monsieur Computador. O computador não é Deus.
A jabuticaba tem que nascer lindamente agarrada no tronco da jabuticabeira. A abóbora nasce gentil e modestamente no chão. O coco lá em cima, no coqueiro, onde os pássaros gostam de ir. Foi Deus que determinou tudo isto. São inesgotáveis os exemplos. Tudo isto é lindo e amamos tudo isto. Estamos em Deus.
As leis cósmicas se cumprem. Entretanto, cremos no livre arbítrio. Não esperamos passivamente. Somos um elemento do cósmico. Estamos no cósmico, estamos em Deus. Deus não é um homem, já o dissemos, é o Ser Essencial que constitui a essência de tudo.Somos o verbo, Ele é o substantivo. Que fascinante mistério! Ele permite que nos manifestemos como função da natureza dEle e fenômeno na vida dEle.
Nossa abordagem é panteísta: considera que Deus manifesta Sua presença em todos os reinos da natureza. É por isso que devemos respeitar tudo o que existe, vendo em todo ser não somente uma manifestação do Divino, mas também um veículo da Alma Universal. Sublinhemos, de passagem, que essa visão justifica por si só a defesa de uma ecologia verdadeiramente espiritual, e não motivada pela preocupação egoísta de preservar os recursos de nosso planeta apenas visando ao bem do homem.
A distinção entre o teísmo religioso e o nosso panteísmo tem uma outra incidência importante: uma vez que tudo que existe faz parte de um Plano divino, pode-se concluir que o homem participa desse plano, porém ele não é único a fazer isto. Na verdade, ele não é mais importante que os outros reinos aos olhos de Deus e da Evolução Cósmica.
Esta viagem de circum-navegação é importante, para que não banalizemos os sonhos, dando-lhes uma lista para analisá-los. Cada um é cada um.
Na próxima postagem, estudaremos os diferentes níveis de consciência e faremos interessantes referências aos sonhos.