terça-feira, 14 de julho de 2009

n° 03




Cidade utópica: Pequena, baixa densidade demográfica. Sem poluição; relacionamento humano, nota 10; zero crime. Mas, existe. Talvez um exemplo para aliviar nossos problemas, antes que o Planeta Terra entre em extinção.
INCONGRUÊNCIAS DA SOCIEDADE MODERNA
São um sinal que a tão desejada paz ainda está muito difícil de ser alcançada. Cabe-nos descobrir as causas.
Eis algumas das incongruências:
_ Um caminhão fazendo a propaganda de alimentos saudáveis corre tanto que atropela uma criança.
_ Um produto alimentício avisa que não leva gordura, mas oferece uma receita de almôndegas fritas.
_ As coisas valem mais que o homem. A internet, a televisão, o celular, o automóvel et coetera valem mais que a criatura humana. Estamos coisificados. Tudo virou mercadoria.
_ Sexo explícito nos filmes, nas novelas. Cenas provocantes. Revistas incentivando a libido. Mas... tenha cuidado com o vírus da aids: use CAMISINHA. "Chupe bala" embrulhada no papel!
_ Pratos deliciosos estimulando o consumismo. Entretanto, olhe sua taxa de glicose e de colesterol. Feche a boca! Corra, malhe, faça hidoginástica! Seu corpo tem que seguir os padrões dos olimpianos dos meios de comunicação de massa.
_ UNS TOMAM INDIGESTÃO, OUTROS MORREM DE FOME.
_ Não existem mais distâncias geográficas, os homens se engolem reciprocamente.
_ Oficina disso, daquilo. O animador fala sozinho quase o tempo todo.
_ Diálogos são monólogos paralelos.
_ As mulheres casadoiras, as vaidosas tiram a gordura da barriga e colocam no bum-bum. Glúteos volumosos dentro de uma roupa apertadinha são o máximo.
_ Também, conforme a moda, tiram o seio ou botam o seio de silicone ou usam sutiãs com enchimento. A metade do seio de fora, pois os decotes estão ousados. Chegou a moda do seio grande! Não sei o que sentem as pessoas que têm problemas advindos da fase oral da infância. Mas sei que cirurgiões plásticos, empresas ricas e poderosas, confecções tiram o pé do lodo e ganham fortunas. Estenda sua crítica a outra modas.
_ Madames batem papo sobre seus cachorros de pedigree: ele estendeu a patinha, balançou o rabo, parecia chorar... E se esquecem das crianças, dos velhos, dos doentes.
_ Criam-se gatinhos enquanto os filhinhos querem brincar com eles. Quando não querem mais, levam os gatos para o Campo São Bento. Isto não é bento!
_ Em calçadão e calçadas para pedestres, circulam ciclistas em alta velocidade. Um bateu numa senhora e lhe quebrou o fêmur. Outro desrespeitou o sinal e machucou gravemente o joelho de Anna. Não existem leis do Detran para eles. E estão "narcotizados", não percebem mais sua lei interior.
_ Muita informação, nenhuma concatenação, nenhuma reflexão.
_ Que é a civilização? Não sei. Será a coisificação, a massificação, a automatização, a comercialização, a corrupção, a injustiça? Os ídolos da sociedade técnico-burocrática de consumo dirigido, os artistas da mídia incentivam estes fenômenos e o padronizam. O homem se torna um fantoche padronizado, ávido de prazeres efêmeros.
Somos Um e nos perdemos na multiplicidade da aparência.
Não queremos dar receitas. Sabemos, porém, que está na hora de "ajustar as velas".
Precisamos com urgência de seres humanos tão racionais que compreendam que sua realização pessoal está atrelada à vazão de suas emoções. É na emoção que encontramos a razão de viver. E é só na desautomatização que ouvimos e seguimos a voz de nosso coração.
Na atual conjuntura, temos que procurar o verdadeiro papel da filosofia que é nos dar um olho universal, para vermos, discernirmos e julgarmos todas as coisas. Os filósofos poderiam nos ensinar, mas a maioria não conhece as modernas leis da comunicação, usam uma linguagem abstrata e hermética. Urge abolir as doenças do ensino acadêmico. E só a filosofia não nos basta, carecemos da política e da religião. Falar em transformar o mundo é fácil, fazer é que são elas.
Entretanto, sabemos que o caminho está na grande harmonização cósmica. E, para não ficarmos só na abstração, vamos citar uma linda experiência do filósofo indiano, Sir Rabindranath Tagore, 1861-1941, sintonizando-se com a música das altas esferas:
"A noite passada, no silêncio que permeava a escuridão, procurei a solidão e ouvi a voz do cantor de melodias eternas. Quando fui dormir, fechei os olhos com este último pensamento em minha mente, de que mesmo quando permaneço inconsciente no sono, a dança da vida continua na arena silenciosa de meu corpo adormecido, mantendo seu ritmo com o das estrelas. O coração pulsa, o sangue salta nas veias e os milhõs de átomos vivos em meu corpo vibram com a nota da harpa que estremece ao toque do mestre." (Sadhana, Copyright 1913, 1932, 1935 de The Macmillan Co.).
Parece impossível tanta evolução e parece impossível a realização da utopia que definimos no blog n° 02. Tenhamos fé e confiança que o conseguiremos. Ora, a utopia de direita de uma sociedade do "vigiar e do punir" infelizmente se tornou uma realidade. Por que a nossa que é justa, humana e nos levará ao aperfeiçoamento não pode realizar-se?
Tiraremos umas férias de dois meses e voltaremos a publicar nosso jornalzinho, sempre seguindo a direção da filosofia de Epicuro e da Psicologia de Viktor Frankl, o que vamos esclarecer melhor. Sempre buscando o sabor do saber.






2 comentários:

  1. 'Diálogos são monólogos paralelos'.
    foi e continua sendo "para que não entenda um a lingua do outro"...(Gên11:7).
    Gostei bastante...texto de pura lucidez.

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  2. Anna e Nando
    Ambos estão D +

    Abraçossssssssssss
    Lucia

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