sábado, 6 de fevereiro de 2010

Nº 10 O Bem e o Mal

Um professor ateu dasafiou seus alunos:
_ Deus fez tudo que existe?
Um estudante corajosamente respondeu:
_ Sim, fez.
O professor replicou:
_Se Deus fez todas as coisas, então fez o Mal, pois o Mal existe e, considerando-se que nossas ações são o reflexo de nós mesmos, Deus é mau.
O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor feliz se vangloriava de haver provado uma vez mais que a fé era falsa. Outro estudante levantou a mão e disse:
_ Posso lhe fazer uma pergunta, professor? "Sem dúvida" , respondeu-lhe o professor.
O jovem ficou de pé e perguntou:
_ Professor, o frio existe?
_ Mas que pergunta é essa? Claro que existe. Você por acaso nunca sentiu frio?
O rapaz ponderou:
Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física o que consideramos frio é a ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz que tal corpo tenha ou transmita energia. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor. E a escuridão existe? continuou o estudante.
_ É óbvio que sim, respondeu o professor.
_ Novamente o senhor se engana. A escuridão também não existe. A escuridão é, na verdade, a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão, não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Escuridão é o nome que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente.
Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor:
_ Diga, professor o Mal existe?
_ Claro que existe. Estamos sempre vendo roubos, homicídios, violência, injustiça... em todas as partes do mundo, essas coisas são o Mal.
Então o estudante concluiu:
_ O Mal não esxiste, professor. ou ao menos não existe por si só. O Mal é a ausência de Deus. È, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o Mal. Não é como a fé ou o amor que existem ou como a luz e o calor que existem. O Mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor ou a escuridão que acontece quando não há luz
Toda teoria é o embrião de uma história. Aí está um exemplo que a história narrada é um embrião da teoria de que "o Mal não existe por si só, é a ausência do Bem." Vamos desenvolver um pouco a teoria.
Em toda sua existência, o homem se defronta com o problema do Bem e do Mal. Como ele não domina esse problema, comete erros de julgamento e de comportamento, tanto em relação a ele próprio como a outros.
A evolução de nossa personalidade-alma depende da maneira como aplicamos o livre-arbítrio na vida diária pois são nossas escolhas que determinam nosso progresso na senda que nos leva à Iluminação de nossa consciência a animica.
Para determinar essas escolhas é preciso nos aprofundarmos no problema do Bem e do Mal.
Na maioria dos escritos filosóficos, o Mal é definido como o "Não-Ser" ou "ausência do Bem", pois ele não existe no absoluto. Em outras palavras, ele não é a expressão de uma lei cósmica e não corresponde a qualquer realidade espiritual. De acordo com Platão, o Mal "é a negação do que existe e não tem existência virtual". Esse pricípio mostra que o Mal é apenas a contraparte negativa de uma condição positiva que não está manifesta num determinado0 momento. Por analogia, a obscuridade, em qualquer lugar, só se apresenta quando falta a luz. Eliminemos as trevas da ignorância e da miséria com a nossa luz.
O que o homem denomina Mal tem sua origem na imperfeição de sua personalidade-alma e de seu caráter, ou seja, na sua incapacidade de agir de acordo com sua natureza divina. Por consequência, o orgulho é a ausência de humildade, o egoísmo a ausência de generosidade, a hipocrisia a ausência de sinceridade, a intolerância a ausência de tolerância, a coverdia a ausência de coragem etc. É exatamente por essa razão que é impossível vencermos nossos defeitos tentando combatê-los, pois esse combate lhes atribui um poder que eles não têm e fortalece a influência negativa que eles exercem sobre nós. Na realidade, o único meio de neutralizá-los definitivamente é substituí-los aos poucos por suas qualidades opostas. Repetimos: a melhor maneira de combater as trevas é jogar-lhes luz por cima. E o melhor antídoto contra o frio é o calor da fé e do amor.
Se é verdade que o Mal não é a expressão de uma lei cósmica e não corresponde a nenhuma realidade espiritual, não podemos negar sua existência terrestre. Do ponto de vists de sua objetividade, contetarmo-nos em afirmar que ele é a ausência do Bem é inútil e pouco realista, pois essa afirmação não nos permite neutralizá-lo nem nos defendermos dele. As guerras e os crimes são manifestações de seu poder e fazem numerosas vítimas. A corrupção, a desonestidade, o abuso do poder etc. testemunham a efetiva nocividade de certos indivíduos. Contudo, devemos compreender que o Mal nunca é consequência de um decreto divino. Seja qual for sua forma, ele resulta sempre de uma aplicação negativa do livre-arbítrio do homem, tanto no plano individual quanto coletivo. Isto significa que sua fonte está na consciência humana e não na consciência cósmica. Assim Deus não pode ser reponsabilizado pelos efeitos produzidos pelos erros que cometemos. Aliás, não cabe a ele neutralizar seus efeitos, pois se assim fizesse anularia nosso livre-arbítrio e iria contra nossa própria evolução, que é baseada na necessidade de assumirmos as consequências de nossos atos.
Aproveitamos a oportunidade para lembrar que a morte não é um Mal, não é a interrupção da vida, não é seu antônimo. É a radical mudança no modo de viver. Voltaremos a este assumto em outro blog.
Continuaremos dentro da temática do Bem e do Mal no próximo blog.
Neste ano de 2010, atingimos o número 10 de nosso jornalzinho. Vamos festejá-lo com vinhos e queijos. Passamos do átrio da Filosofia para a primeira câmara do templo do Saber.

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